A Wildfire ocorre em Portugal, de 15 a 19 de maio, e será um espaço de troca de experiências
Jak Spies, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader
Seis servidores da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e do Brasília Ambiental vão representar o Governo do Distrito Federal na 8ª Conferência Internacional Wildfire, que acontece em Portugal de 15 a 19 de maio. O evento é realizado a cada quatro anos e proporciona discussão e troca de experiências entre os agentes nacionais e internacionais envolvidos com a temática dos incêndios florestais no mundo.
“Considerando a importância do evento e a relevância do tema para gestão ambiental, é de suma importância a indicação de uma equipe para participar como representante da Sema, com o intuito de buscar melhorias tanto nas ações voltadas para a prevenção, bem como no combate aos incêndios florestais no DF”, ressalta o secretário do Meio Ambiente e Proteção Animal, Gutemberg Gomes.
Carolina Leite Queiroga Schubart foi a servidora indicada para acompanhar a equipe do Brasília Ambiental e citou as inovações que o DF já tem trazido sobre o tema, como as blitz educacionais voltadas para o combate a incêndios florestais.
“A gente trabalha com a população local para informar diretamente sobre os riscos dos incêndios, do que fazer em caso de avistar um incêndio, não colocar fogo em lixos ou podas… Pelo que conhecemos, é uma ação que a gente só realiza aqui no DF. Temos uma equipe técnica ambiental e um Corpo de Bombeiros que é referência no Brasil todo e lá fora também. A gente vai representar muito bem nosso território e trazer novas ações e tecnologias para que a gente possa reduzir os impactos dos incêndios florestais por aqui”, afirmou Carolina, coordenadora técnica do plano de prevenção e combate a incêndio florestal.
De acordo com Pedro Paulo Cardoso, diretor de prevenção e combate aos incêndios florestais do Brasília Ambiental, o DF é um dos estados que mais contrata brigadistas, sendo um modelo de contratação para o resto do mundo.
“É um espaço importantíssimo. Será um evento multidisciplinar na área de fogo, onde vamos trocar experiências, fazer acordo de cooperação com outros órgãos que lidam com essa temática e captar recursos. Essa conferência é uma resposta às mudanças climáticas e aos incêndios florestais que acometem o mundo inteiro. A partir dela, a gente vê como o problema está sendo lidado no mundo e buscamos achar soluções em conjunto”, explicou o diretor.
Aplicando conhecimentos
Esta não será a primeira participação do GDF na Wildfire. Em 2019, o governo esteve na conferência, realizada em Campo Grande (MS). Gesisleu Darc Jacinto, administrador das unidades de conservação do DF, lembra a experiência trazida para o DF na proteção e conservação do bioma cerrado.
“Essa troca de informações é muito importante, tanto de ferramenta, quanto de tecnologias novas e monitoramento de áreas queimadas. O manejo integrado do fogo, por exemplo, foi uma das coisas que a gente verificou como os outros países fazem. Assistimos a várias apresentações de modelos que estavam utilizando e foi bastante aproveitável para juntar essas tecnologias com o que a gente já sabe fazer aqui. E isso deu bons resultados”, acentuou.
O servidor afirmou que antes não havia o costume de as equipes realizarem a queima prescrita, que é quando se faz um manejo de fogo em uma área muito suscetível a queimadas, especialmente no período crítico de seca. “Com planejamento e calculando a janela de queima, é possível eliminar o material combustível sem prejudicar a vegetação. Isso traz um resultado fantástico no auge da seca”, completou Gesisleu.
Ação de combate
A primeira edição da International Wildland Fire Conference – Meeting Global Wildland Fire Challenges – foi em Boston, EUA, em resposta às severas e generalizadas épocas de incêndios florestais dos anos 80. O encontro foi organizado por representantes de entidades governamentais e instituições privadas de todos os continentes.
A 2ª conferência foi organizada em Vancouver, Canadá, com a presença de participantes de 38 países. Desde então, a cada quatro anos, uma comunidade em crescimento reúne-se em um continente diferente para aprendizados conjuntos e partilhar conhecimentos no âmbito da gestão integrada do fogo.
Anualmente, o Distrito Federal tem sido atingido por incêndios florestais de grandes proporções, com graves prejuízos ao Cerrado, em virtude do empobrecimento da fauna e flora que constituem a biodiversidade local. Essa situação se agravou nos anos de 2016, 2017 e 2022, devido à severa seca que assolou a região, com médias de precipitação abaixo do esperado.
O Plano de Prevenção de Combate a Incêndios Florestais (PPCIF) foi reformulado pelo Decreto 37.549 de agosto de 2016, e funciona como um sistema de parcerias institucionais que visam à proteção do Cerrado. Com o objetivo de reduzir a ocorrência e a reincidência de incêndios florestais no DF, o programa prevê uma estruturação de combate e prevenção ao fogo no cerrado como uma ação permanente do governo.