Jak Spies, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto
Com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), o espetáculo, que vem sendo apresentado desde 27/4, está em cartaz itinerante e segue com sessões durante toda esta semana. Além da locação de ônibus, em todas as sessões há um intérprete de Libras e até audiodescrição, realizada em parceria com a equipe da Biblioteca Braille Dorina Nowill, de Taguatinga.
Ao fim da sessão, a plateia recebe mudas de plantas medicinais distribuídas pela produção da peça
O Despertar de Maricotinha narra a história de uma avó que ensina tudo sobre as plantas para sua netinha, mostrando tratamentos medicinais elaborados com ervas. Resistente no começo da narrativa, a netinha vai aos poucos despertando para os conhecimentos divulgados pela avó. A peça já foi apresentada em três locais do Gama: o Centro de Convivência, a Paróquia São Sebastião e o Parque do Setor Leste.
Ao som de uma viola, as cenas transcorrem com diálogos que, inspirados no cordel, são todos feitos em rimas. O cenário é colorido, ornamentado com plantas naturais e bonecos feitos de cabaça. Ao final do espetáculo, são distribuídas para a plateia 50 mudas de plantas, como manjericão, alecrim, camomila, erva cidreira, camomila, entre outras ervas. “Fazemos isso para que transcenda o espetáculo, com o objetivo de multiplicar os ensinamentos da história”, ressalta a criadora do espetáculo, Lúcia Corrêa.
Troca de ensinamentos
“As práticas naturais têm o poder de reavivar as memórias, resgatar a vontade de viver e incentivar formas mais naturais de tratamento”Lúcia Corrêa, diretora do espetáculo
Lúcia tem 54 anos e atua no teatro desde os dez. Ex-professora da Secretaria de Educação (SEE), ela atualmente trabalha levando o projeto do espetáculo a diversas regiões do DF.
A ideia nasceu em 2007, quando ela participou do encontro Raízes, que acontece todos os anos na Chapada dos Veadeiros (GO) reunindo raizeiros, parteiras, benzedeiras, pajés e aprendizes dos saberes tradicionais de cura. A partir da reunião com esse público, a professora ficou inspirada a divulgar, por meio do teatro de bonecos, a importância das plantas na manutenção da saúde.
Ao lado da musicista Chrys Pereira, Lúcia criou a companhia de teatro de bonecos Voar, elaborando o espetáculo para disseminar os ensinamentos que teve na infância com sua mãe. “As práticas naturais têm o poder de reavivar as memórias, resgatar a vontade de viver e incentivar formas mais naturais de tratamento”, afirma Lúcia.
A música, ressalta ela, é uma parte muito importante do projeto, pois os efeitos sonoros e as melodias compostas com viola ambientalizam a narrativa para uma casa de avó interiorana e intensificam a narrativa.
“O público tem se sentido agradecido”, conta. “Há um bate-papo no final, e as senhoras relatam como se sentiram em casa, no aconchego do lar, durante o espetáculo. Nós temos aprendido muito com elas; há essa troca de saberes linda.”
Programação
O Despertar de Maricotinha
Criação, interpretação, cenário e manipulação dos bonecos: Lúcia Corrêa. Música e efeitos sonoros: Chrys Pereira e Antônio Alencar Sampaio. Entrada franca. Classificação indicativa livre.
→ Terça (2)
8h: UBS 2 de Santa Maria
14h: Lar Francisco de Assis, Park Way
→ Quarta (3)
14h: Lar dos Velhinhos, Park Way
→ Quinta (4)
18h: Praça Central de Vargem Bonita
→ Sábado (6)
10h: Centro Olímpico de Santa Maria
17h: Praça da Quadra 40, Setor Central, Gama.